Mercedes Monte-Serrano, Patricia Fernandez-Saiz, Rafael M Ortí-Lucas e Barbara Hernando
O aumento da resistência aos antibióticos nos agentes patogénicos humanos leva ao desenvolvimento de novas medidas preventivas. A introdução de materiais e superfícies antimicrobianas fornece uma ferramenta alternativa para controlar os microrganismos nocivos. Este artigo está focado num estudo sobre o potencial papel de dois novos revestimentos de superfície antimicrobianos no controlo da propagação de infeções. O método aplicado foi comparar a atividade antimicrobiana dos revestimentos tratados com BactiBlock® em relação aos revestimentos não tratados, que foram utilizados como controlo, seguindo as normas internacionais. A atividade antibacteriana de dois revestimentos à base de polímeros antimicrobianos contendo aditivo de silicato antimicrobiano em camadas à base de prata (BactiBlock® 635 A1 e BactiBlock® 655 A0) foi testada de acordo com a norma JIS Z 2801 contra S. aureus, MRSA, VRE, K. pneumoniae, P. aeruginosa, A. baumannii e E. coli. BactiBlock® 635 A1 contém também 0,25% de piritiona de zinco (ZnP). A atividade antifúngica foi testada de acordo com a norma ISO 846 contra A. niger. Os dois revestimentos apresentaram uma forte atividade antibacteriana de largo espectro (R ≥ 2, p<0,01). O revestimento com ZnP também apresentou uma forte atividade antifúngica, uma vez que não foi detetado crescimento de fungos na superfície tratada ao fim de 4 semanas. No entanto, estas descobertas apoiam o potencial destes revestimentos à base de polímeros como uma ferramenta que ajudaria a prevenir a colonização de superfícies inertes por microrganismos nocivos e protegeria os doentes e consumidores que estão expostos diariamente.