Raquel Garcia Delgado, Octavio Ramirez Garcia, Eva E Alvarez Leon, Raquel Garcia Rodriguez, Luciana Obreros Zegarra e José A Garcia Hernandez
Introdução: A analgesia peridural é uma técnica terapêutica consolidada, geralmente usada para o alívio da dor do parto. Desde sua introdução na obstetrícia, houve muitos estudos que avaliaram o efeito que esse tipo de analgesia tem ao longo do parto e suas possíveis repercussões na mãe e no feto/recém-nascido, analisando dados no nascimento. No entanto, existem muito poucos estudos que analisam o efeito precoce que a analgesia peridural tem no feto.
Objetivos: O objetivo principal deste estudo é analisar os efeitos precoces da analgesia peridural no estado fetal, avaliando as possíveis alterações no estado ácido-básico fetal, a maneira mais precisa de avaliar o bem-estar fetal durante o trabalho de parto, e o traçado cardiotocográfico (CTG) da frequência cardíaca fetal após a administração de uma epidural.
Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo de 193 pacientes, no qual foi realizada a determinação do equilíbrio ácido-base fetal antes da administração da analgesia peridural e repetida 60 minutos após, avaliando possíveis alterações nos resultados motivadas pela analgesia.
Resultados: Houve uma descida estatisticamente significativa no pH sanguíneo fetal após a administração de analgesia peridural, bem como um aumento significativo no número de traçados cardíacos fetais com alterações. A descida do pH fetal foi maior em pacientes que apresentaram algumas condições gestacionais associadas.
Conclusão: A administração de analgesia peridural durante o primeiro estágio do trabalho de parto causou, como efeito precoce, uma descida significativa no pH sanguíneo fetal, sem que essa descida seja clinicamente relevante sobre o estado fetal em fetos saudáveis. Deve haver um controle rigoroso em fetos com alguma alteração inicial nos traçados CTG.