Leandro Costa Lima Verde, Tiago Rodrigues e Silva, Bruna Martins Dellagnezze, Eugênio Vaz dos Santos Neto e Valéria Maia de Oliveira
A biodegradação pode resultar em alterações físico-químicas nas propriedades do petróleo bruto e do gás natural, sendo responsável pela diminuição de hidrocarbonetos saturados e produzindo petróleo pesado com baixo valor económico. Os estudos sobre a diversidade de genes catabólicos microbianos em reservatórios petrolíferos são escassos e poderão ajudar a prever o potencial de uma amostra de petróleo ser biodegradada. O objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade de genes envolvidos na degradação de hidrocarbonetos em amostras de petróleo brasileiras (biodegradadas e não biodegradadas) através da construção e análise de bibliotecas de genes (alcano monooxigenase – alk, dioxigenase – ARHDs e 6-oxociclohex-1 -eno-1-carbonil-CoA hidrolase - bamA). Os resultados mostraram uma distribuição diferencial dos genes catabólicos entre os locais, sendo o óleo biodegradado mais diversificado para os genes alk e bamA. As sequências foram semelhantes aos genes alkB de Geobacillus thermoleovorans e de várias espécies de Acinetobacter, aos genes ARHD de Pseudomonas spp. e duas espécies de Burkholderia, e aos genes bamA de deltaproteobacteria. Curiosamente, a maioria das sequências catabólicas recuperadas de ambos os reservatórios petrolíferos agruparam-se formando agrupamentos distintos na reconstrução da árvore filogenética e podem corresponder a genes potencialmente novos, possivelmente albergados por microrganismos ainda não cultivados. Este é o primeiro relatório sobre a deteção dos genes alk, ARHD e bamA em ambientes de reservatórios petrolíferos, demonstrando o potencial genético de tais comunidades microbianas para biodegradar o petróleo.