Sharon A Huws, Olga L Mayorga, Michael K Theodorou, Eun J Kim, Alan H Cookson, Charles J Newbold e Alison H Kingston-Smith
Nesta experiência investigámos a hipótese de que a heterogeneidade das estruturas vegetais apresenta uma disparidade nos nichos disponíveis para colonização pela microbiota ruminal resultando numa colonização diferencial. O caule e as folhas do azevém perene fresco (PRG) foram incubados na presença de bactérias ruminais em condições semelhantes às do rúmen, tendo sido colhidas incubações em vários intervalos de tempo até 24 h. A degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) do material do caule foi inferior à das folhas em todas as épocas de colheita. Os dendogramas derivados da eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE), a análise canónica de coordenadas principais (CAP) e a PERMANOVA demonstraram que a diversidade de bactérias ligadas ao caule PRG e ao material foliar era diferente em todos os momentos de colheita, embora os dados de QPCR mostraram quantidades semelhantes de rDNA 16S bacteriano no caule e no material foliar em todas as épocas de colheita. Por outro lado, a diversidade bacteriana nas superfícies abaxial e adaxial das folhas foi semelhante, mas a quantidade de 16S rDNA diferiu com mais 16S rDNA na superfície adaxial em todos os momentos de colheita. A análise de imagens de microscopia eletrónica de varrimento a baixa temperatura (LTSEM) confirmou que a cobertura do biofilme na superfície adaxial era maior do que na superfície abaxial. Demonstramos que diferentes partes da planta podem afetar a diversidade bacteriana anexada e/ou a quantidade de rDNA 16S presente. Este resultado é consistente com conceitos de especialização de nicho da microbiota ruminal. Esta observação é particularmente relevante para a compreensão das interações planta-micróbio no rúmen, que é necessária para o desenvolvimento de novas estratégias para melhorar a eficiência da utilização de nutrientes pelos ruminantes.