Marco Falasca e Silvano Paternoster
A diabetes é atualmente um dos principais problemas de saúde a nível mundial e está a crescer a um ritmo muito rápido, principalmente devido à sua forte ligação com a obesidade. A diabetes está associada a diversas complicações, incluindo complicações micro e macrovasculares que são causadas principalmente por níveis de glicemia mal controlados e que acabam por resultar na redução da esperança de vida. Existe actualmente um enorme interesse na identificação de novas estratégias terapêuticas para prevenir o desenvolvimento e a progressão da doença e garantir um melhor controlo dos níveis de glicemia. As incretinas, especialmente o peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), estimulam a secreção de insulina de uma forma dependente da glicose. Pensa-se que o efeito da incretina é responsável por pelo menos 50% da secreção pós-prandial de insulina em seres humanos saudáveis, mas é acentuadamente reduzido em doentes com diabetes tipo 2 devido, pelo menos em parte, a uma deficiência na libertação de GLP-1 induzida pela refeição . Os análogos farmacológicos do GLP-1 foram aprovados para o tratamento da diabetes tipo 2. Com base nos nossos resultados recentes, neste estudo, investigámos a hipótese de que o fosfolípido lisofosfatidilinositol (LPI) pode regular os níveis de glicose no sangue através da estimulação da libertação de GLP-1. O nosso objetivo geral é determinar se o LPI e/ou análogos do LPI podem atuar como agentes redutores da glicemia e se estratégias destinadas a potenciar a libertação de GLP-1 endógeno através deste novo mecanismo dependente de LPI podem ser benéficas no controlo da glicemia no sangue. Esta estratégia representaria uma vantagem em comparação com as terapêuticas actualmente disponíveis, uma vez que teria como objectivo aumentar a libertação de GLP-1 endógeno em vez de depender da utilização de mimetizadores.