Anne-Marlene Ruede
Estima-se que o gelo do Pólo Norte marciano contenha informação sobre a formação de Marte, o seu clima e é também um grande candidato para a procura de vestígios de vida extraterrestre no Sistema Solar. Apesar disso, os seus segredos ainda não foram desvendados pela humanidade. Para tal, as amostras de gelo devem ser extraídas por perfuração e analisadas in-situ. Além disso, as regiões polares norte de Marte também têm potencial para albergar vida humana, uma vez que a calota polar constitui um reservatório de água. Assim sendo, propor uma missão tripulada ao Pólo Norte de Marte avançaria muito na resolução de sub-objectivos em todas as metas principais estabelecidas para a exploração de Marte pela NASA em 2015. Mas como poderia tal missão ser executada e como poderia ser a base? Esta palestra propõe olhar para o desenho de um cenário de missão e base com um elevado nível de prontidão tecnológica que possa sustentar uma tripulação de seis pessoas perto do Pólo Norte de Marte, durante o verão marciano. Permite que a tripulação perfure e analise amostras de gelo num laboratório localizado no planeta. Serão abordadas as possibilidades oferecidas pelos recursos disponíveis in-situ e a seleção de uma estratégia para a construção da base, sistema de suporte de vida e produção in-situ de propelente. Além disso, serão também apresentadas todas as etapas de projeto necessárias para garantir a segurança e o sucesso da operação da missão. Na conclusão, são apresentadas as principais tecnologias que ainda precisam de ser desenvolvidas para permitir que os humanos viajem até Marte, juntamente com uma proposta para incluir várias experiências numa missão tripulada de primeira geração em Marte para facilitar uma presença a longo prazo de humanos no planeta e a possibilidade de utilizar a Lua para testes in-situ.