Chellappagounder Thangavel
Os avanços na terapia do cancro aumentaram as taxas de sobrevivência livre de cancro e reduziram as mortes relacionadas com o cancro. As opções terapêuticas para os doentes com cancro torácico incluem a intervenção cirúrgica e a combinação de quimioterapia com radiação ionizante. Apesar destes avanços, a Disfunção Cardiopulmonar Relacionada com a Terapia do Cancro (CTRCPD) é um dos efeitos secundários mais indesejáveis da terapia do cancro. A quimio-radioterapia ou imunoterapia promovem danos cardiopulmonares agudos e crónicos, induzindo espécies reativas de oxigénio, danos no ADN, inflamação, fibrose, alteração da imunidade celular, insuficiência cardiopulmonar e mortes não malignas relacionadas entre doentes livres de cancro. A CTRCPD é uma entidade complexa com múltiplos fatores envolvidos nesta patogénese. Embora os mecanismos de toxicidade induzida pela terapia do cancro sejam multifatoriais, os danos no tecido cardíaco e pulmonar e a subsequente fibrose parecem ser o evento subjacente. Os biomarcadores atualmente disponíveis não são suficientes e eficientes para detetar a fibrose cardiopulmonar assintomática precoce induzida pela terapia do cancro. A aplicação de tecnologia ómica, como a sequenciação completa do exoma, a espectrometria de massa de proteínas e a transcriptómica de células únicas, é necessária para identificar biomarcadores de resposta à toxicidade precoce e tardia. Nesta revisão, resumimos o estado atual do conhecimento sobre as complicações cardiopulmonares da terapia do cancro e a nossa compreensão atual das consequências patológicas e moleculares da toxicidade cardiopulmonar, inflamação e modulação imunológica induzidas pela terapia do cancro.