Carlos E. Cabrera-Pivaral*, Guillermo J Gonzalez Perez, Jorge Iván Gámez-Nava, Maria G. Vega López, Arnulfo Nava e Mario Salazar Paramo
Objectivo: Avaliar a competência dos médicos dos cuidados primários na avaliação do lúpus eritematoso sistémico.
Doentes e Métodos: Num inquérito transversal incluímos médicos de cuidados primários que trabalham no Instituto Mexicano de Segurança Social oficial, que presta cuidados de saúde em todo o país a trabalhadores assalariados. Foram selecionados aleatoriamente quatro hospitais de 23 hospitais de cuidados primários potencialmente elegíveis em Guadalajara, México. Destes hospitais, os médicos que aceitaram participar foram convidados a responder a um questionário de competência clínica. Utilizando uma abordagem modificada em Delphi; este questionário foi elaborado por um grupo de reumatologistas e investigadores que trabalham na educação médica contínua. Um índice de fiabilidade de Kuder-Richardson foi calculado em 0,94. As doenças incluídas no questionário foram o lúpus eritematoso sistémico e as questões a este respeito foram colocadas através da técnica dos “doentes representativos”. Os domínios incluídos no questionário foram: avaliação dos fatores de risco, estratégias para o diagnóstico e tratamento. De acordo com as pontuações obtidas no questionário as faixas de competência clínica foram: nível muito alto, nível alto, moderado, baixo, muito baixo e a pontuação foi considerada obtida ao acaso.
Resultados: Foram inquiridos 104 médicos dos cuidados primários. Do total 60 (58%) médicos tinham a especialidade de médico de família. Apenas 11% dos inquiridos apresentaram um nível de competência elevado de acordo com o instrumento. A competência moderada foi atingida em 20%, enquanto os níveis subóptimos atingiram 51%: sendo baixa 31%, muito baixa 20%. Outros 18% tiveram pontuações obtidas por acaso. Não houve diferença estatística nas pontuações entre os médicos com ou sem especialidade em medicina familiar.
Conclusões: Estes resultados apontaram para uma competência sub-óptima numa proporção significativa dos médicos de cuidados primários que assistem o lúpus eritematoso sistémico. Maiores esforços precisam de ser feitos para aumentar os níveis de competência e melhorar a eficácia da educação médica contínua para estes médicos.