Antonio Paolo Beltrami, Daniela Cesselli e Carlo Alberto Beltrami
Nove anos após ter sido demonstrada pela primeira vez a existência de células estaminais cardíacas residentes e apesar de estarmos neste momento a avaliar os resultados preliminares e promissores da primeira fase de ensaios clínicos a nossa compreensão dos mecanismos responsáveis pela regeneração cardíaca ainda é parcial e a capacidade de a aproveitar para fins terapêuticos pode ser considerada ainda rudimentar. No entanto, a urgência mundial de desenvolver novas estratégias terapêuticas regenerativas para reverter a progressão da insuficiência cardíaca avançada está a canalizar um esforço multidisciplinar que visa compreender melhor as vias biológicas que governam a regeneração cardíaca.
Assim sendo, neste artigo estamos a rever criticamente as novas evidências científicas sobre: a multiplicidade de populações de células estaminais alojadas no coração; os mecanismos que regulam o desenvolvimento embrionário cardíaco, como a transição epitelial para mesenquimal, que também podem desempenhar um papel na patologia ; os fatores microambientais instrutivos que atuam no nicho das células estaminais cardíacas e a informação obtida em ensaios clínicos. Esperançosamente, a consideração de todos estes aspetos produzirá novos alvos potenciais e estratégias mais eficazes para as terapias regenerativas cardiovasculares.