Abstrato

Síndrome de Budd-Chiari como manifestação da síndrome do anticorpo antifosfolípido durante a terapêutica contracetiva oral: mais para pensar

Iadevaia M, Del Prete A, Cotticelli G, De Sio I, Niglio A e Loguercio C

A associação da Síndrome de Budd-Chiari (SBC) e da Síndrome do Anticorpo Antifosfolípido (SAF) já foi anteriormente descrita na literatura. Relata-se o caso de uma mulher de 46 anos que deu entrada no nosso Serviço de Hepatologia por dor no quadrante abdominal superior, astenia e edema no braço esquerdo. A sua história familiar referia predisposição para o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), enquanto a sua história pessoal evidenciava uso contínuo de contracetivos orais durante os seis anos anteriores ao diagnóstico e ausência de episódios de complicações obstétricas. À admissão, a ecografia Doppler evidenciou trombose completa do eixo venoso do braço esquerdo e trombose da artéria subclávia (com aspeto de “síndrome de roubo de subclávia”). A ecografia abdominal revelou lesões hepáticas (caracterizadas pela tomografia computorizada abdominal como lesões isquémicas) no sétimo e oitavo segmentos e a presença de uma quantidade significativa de ascite. A tomografia computorizada abdominal e torácica confirmou derrame pleural e apontou para um padrão radiológico de síndrome de Budd-Chiari. Para verificar a presença de derrame pericárdico concomitante, foi realizado um ecocardiograma. Permitiu chegar ao diagnóstico de poliserosite. Para investigar todas as possíveis causas de diátese trombótica, foram realizados exames laboratoriais específicos. Foram observados níveis normais de proteína C, S e antitrombina II, ausência de mutação JAK-2 e teste de Ham negativo. Foi encontrada positividade para anti-SSA (60 kDa) e para anticorpos testados rotineiramente para Síndrome do Anticorpo Antifosfolípido (SAF), nomeadamente, Anticoagulante Lúpico, Anticardiolipina e Beta2-Glicoproteína I. Após a introdução de anticoagulante oral e diuréticos verificou-se uma melhoria significativa do quadro clínico do doente foi atingido. Concluindo, é necessário realçar o papel exato dos contracetivos orais como fator desencadeante de uma SAF não detetada, bem como a potencialidade desta doença evoluir para um LES “acontecedor” em doentes com familiaridade positiva para doenças autoimunes.

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