Christopher J. Brigham, Kazuhiko Kurosawa, ChoKyun Rha e Anthony J. Sinskey
Os microrganismos desenvolvem diferentes sistemas para armazenar carbono durante períodos de stress. No ambiente natural da célula, o carbono armazenado pode então ser utilizado para o crescimento quando outros nutrientes estão em melhor oferta. O armazenamento de carbono e outros nutrientes é ubíquo nos domínios procariótico e eucariótico da vida. Estas moléculas de armazenamento de carbono têm uma grande importância industrial. Podem ser úteis como produtos de valor acrescentado, como biopolímeros ou biocombustíveis, e as células são cultivadas em grandes quantidades e estes compostos são recolhidos, geralmente como substitutos de um produto à base de petróleo. Hoje em dia, foram geradas indústrias inteiras a partir da produção e utilização destes compostos. Focámo-nos em duas bactérias que poderiam ser consideradas paradigmas da sua estratégia particular de armazenamento de carbono: Ralstonia eutropha e Rhodococcus opacus. A R. eutropha tem sido bem estudada como produtora de polihidroxialcanoato (bioplástico) e a R. opacus é uma bactéria modelo para a produção de triacilglicerol (TAG) de alto rendimento para biocombustíveis. Ambas as espécies de moléculas de armazenamento de carbono que podem diminuir moderadamente a nossa dependência do petróleo fóssil. Contudo, em ambos os casos, existem desafios que devem ser superados antes que esquemas de produção rentáveis sejam estabelecidos utilizando estes organismos. Exploramos os trabalhos anteriores e atuais para enfrentar estes desafios nesta revisão.