Ralph Santos-Oliveira, Brandon Fleming
Muitas reações falsas-positivas e adversas relacionadas com radiofármacos ocorrem todos os dias na rotina dos hospitais, mas muitas não são reportadas ou sequer detetadas. A informação relativa a este tipo de reações não é abundante e o pessoal da medicina nuclear é geralmente sobrecarregado com esta informação. Como toda a intervenção de saúde acarreta algum risco de dano, a tomada de decisão clínica necessita de ser apoiada por uma avaliação sistemática do equilíbrio entre benefício e dano. Uma revisão sistemática que considere apenas os resultados favoráveis de uma intervenção, sem avaliar também os efeitos adversos e as reações falso-positivas, pode induzir em erro ao introduzir um viés favorável à intervenção que, no caso dos radiofármacos, pode tornar-se um fator importante relacionado nem com a qualidade do medicamento, mas até com a qualidade do diagnóstico. Os resultados sugerem uma estrutura lógica para tomar decisões em revisões que incorporam reações falsas positivas e adversas. Além disso, foram exploradas situações em que era necessária uma investigação abrangente de reações falsas positivas e efeitos adversos e sugeridas estratégias para identificar resultados praticáveis e clinicamente úteis. Concluímos que há necessidade de incluir e reconhecer como as escolhas estratégicas feitas no processo de revisão determinam quais os danos encontrados e como os resultados podem afetar as decisões clínicas. Os investigadores que realizam uma revisão sistemática que incorpora reações falsas positivas e reações adversas devem compreender a lógica dos métodos sugeridos e ser capazes de os implementar na sua revisão. Para além de um esforço mundial, deveria ser feito um esforço para comunicar o maior número possível de casos de falsos positivos e reações adversas com radiofármacos. Só se isto for feito é possível traçar um quadro completo das reacções falso-positivas com radiofármacos.