Vincenza La Fauci, Gaetano Bruno Costa, Francesca Anastasi, Alessio Facciola, Orazio Claudio Grillo e Raffaele Squeri
Enquadramento: As infeções hospitalares continuam a ser um problema, mesmo em hospitais onde existem procedimentos de higienização meticulosos. Os métodos mais utilizados empregam desinfetantes químicos que apresentam algumas desvantagens.
Objectivo: Investigar a eficácia de um procedimento inovador de higienização utilizando bactérias probióticas baseado no princípio da competição biológica: Sistema Probiótico de Limpeza e Higiene (PCHS).
Métodos: O estudo incluiu testes de sobrevivência e ensaios in vitro e de campo. Os ensaios in vitro testaram três superfícies (lavatório, chão e secretária) na ausência de recontaminação. Foram realizados ensaios de campo para avaliar a eficácia dos probióticos na presença de contaminantes e para estudar se os probióticos são capazes de conter agentes patogénicos ao longo do tempo. As amostras foram recolhidas do chão de um corredor e de uma sala de internamento e do lavatório do dispensário duas vezes por dia (pré-higienização e pós-higienização).
Resultados: Os ensaios in vitro em três superfícies, não sujeitas a recontaminação, resultaram numa redução média que variou entre 92,2% a 99,9% após 24 h. Dos ensaios de campo verificou-se que a contagem bacteriana foi totalmente eliminada para Enterococcus faecalis e Candida albicans e quase 100% de eliminação de Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e Klebsiella pneumoniae em todas as três superfícies após apenas seis horas, mesmo quando recontaminadas. No entanto, foram alcançados resultados menos satisfatórios para o Staphylococcus aureus.
Conclusão: O PCHS atua constantemente e é duradouro ao longo do tempo devido à estabilização de um biofilme capaz de reduzir e conter a proliferação de microrganismos patogénicos. Os probióticos são, por isso, produtos inovadores e eficazes para higienizar o ambiente hospitalar.