Gilbert Ndutu Munywoki*, Justus Mulinge Munywoki
A tecnologia CRISPR/Cas9 tornou-se popular na ciência vegetal moderna e permite aos cientistas agrícolas manipular sequências de ADN e modificar a função genética. A edição genética utilizando o CRISPR tem sido utilizada em diferentes culturas alimentares, como a batata, o tomate, o milho, o arroz e frutas como a laranja e a banana. A tecnologia CRISPR é precisa no direcionamento genético, eficiente e tem mostrado resultados positivos na domesticação de características benéficas de linhagens de plantas selvagens. A maioria dos estudos centra-se mais na edição genética utilizando CRISPR nas culturas, bem como nas perspetivas futuras. No entanto, poucos estudos abordam o CRISPR a partir de uma visão holística, analisando os seus pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Assim sendo, neste artigo de revisão, abordamos o CRISPR/Cas9 em culturas numa perspetiva de análise SWOT. A tecnologia é essencial para melhorar as culturas em termos de longevidade, nutrição e palatabilidade. Através do CRISPR, as culturas são concebidas para prosperar e produzir em ambientes com stress abiótico e biótico. No entanto, apesar da ampla adaptação do CRISPR, existem preocupações científicas sobre as aberrações genómicas não intencionais que desencadeiam preocupações de biossegurança para a humanidade e para o ambiente. Surge também a falta de regulamentação padrão e de autorização da tecnologia. Existe uma baixa adoção devido ao ceticismo de pontos de vista opostos de alguns grupos religiosos e bioeticistas. Embora a tecnologia CRISPR possa ser um ponto focal para a produção agrícola, é necessário forjar um entendimento comum sobre o desenvolvimento, utilização e regulamentação. O consenso informado entre grupos políticos, económicos, religiosos e científicos é essencial para examinar criticamente o imperativo científico desta tecnologia.