Raffaele Pezzilli
Um doente do sexo masculino, de 77 anos, apresentou uma perda de peso de sete kg e 4-5 dejecções por dia com fezes gordurosas e fétidas. Tinha hipertensão arterial tratada com olmesartan 20 mg por dia há cinco anos. A colonoscopia foi normal e a histologia mostrou colite colagenosa. Por insucesso do tratamento com budesonida
foi internado no nosso Serviço. A endoscopia digestiva alta mostrou desaparecimento das vilosidades duodenais e a histologia mostrou atrofia grave das vilosidades duodenais com infiltrado linfocitário no epitélio e lâmina própria.
Foi feito o diagnóstico de ileíte e colite colagenosa associada a má absorção devido à terapêutica com olmesartan. O longo atraso entre o início da terapêutica com olmesartan e o desenvolvimento da enteropatia sugere que a reacção é uma resposta de hipersensibilidade retardada e localizada, que é mediada por células e resulta em danos na borda em escova do intestino delgado e colite colagenosa.