Carolina Chaparro Barrios, Lucía Ciancotti-Oliver, Daniel Bautista-Rentero, Carlos Adán-Tomás e Vicente Zanón-Viguer
A Pseudomonas aeruginosa é um bacilo Gram-negativo aeróbio estrito que causa cerca de 10% das infeções hospitalares. Este bacilo pode tornar-se resistente a múltiplos antibióticos e tem sido descrito principalmente em doentes imunocomprometidos. A prevalência de Pseudomonas multirresistentes tem vindo a aumentar nos últimos anos. Atualmente temos novos agentes para tratar este tipo de infeção. Doripenem é o novo B-lactâmico da família dos carbapenems, que demonstrou in vitro a melhor atividade contra Pseudomonas aeruginosa multirresistente em vários estudos. O seu mecanismo de ação consiste na inativação de proteínas ligadoras de penicilina na parede celular. Este agente tem sido indicado no tratamento de diversas infeções, tais como infeções intra-abdominais complicadas, infeções complicadas do trato urinário e pneumonia nosocomial. A principal diferença entre o doripenem e os outros carbapenems é a capacidade de prevenir a geração de estirpes resistentes de Pseudomonas aeruginosa, pelo que é especialmente útil para infeções graves causadas por Pseudomonas aeruginosa multirresistente . Mas esta situação pode mudar se não utilizarmos os antibióticos de forma adequada. Promover o uso racional de antibióticos para tratar infeções causadas por Pseudomonas aeruginosa pode ser fundamental para dificultar o aparecimento de estirpes multirresistentes. A presente revisão descreve as principais características do doripenem e o seu potencial papel na gestão de infeções causadas por Pseudomonas aeruginosa multirresistente .